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Rio registra em dezembro o menor índice de contaminação por HIV desde 2014

Rio registra em dezembro o menor índice de contaminação por HIV desde 2014 A cidade do Rio de Janeiro registrou, em dezembro, o menor índice de contaminaç...

Rio registra em dezembro o menor índice de contaminação por HIV desde 2014
Rio registra em dezembro o menor índice de contaminação por HIV desde 2014 (Foto: Reprodução)

Rio registra em dezembro o menor índice de contaminação por HIV desde 2014 A cidade do Rio de Janeiro registrou, em dezembro, o menor índice de contaminação por HIV dos últimos dez anos. Os dados constam no Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado nesta semana. De acordo com o levantamento, menos de 1% das pessoas testadas tiveram diagnóstico positivo para o HIV, número considerado o mais baixo desde 2014. O total de testes positivos também foi o menor registrado na última década. Segundo a Secretaria de Saúde, a redução é resultado da ampliação do acesso ao diagnóstico precoce, do fortalecimento das políticas de prevenção e do tratamento gratuito oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O HIV é o vírus que ataca o sistema imunológico e, sem tratamento, pode evoluir para a Aids. Atualmente, o tratamento está disponível gratuitamente na rede pública de saúde e permite que pessoas vivendo com HIV tenham qualidade de vida e reduzam significativamente o risco de transmissão. Outro dado que chama atenção no boletim é a queda nos casos de transmissão vertical — quando o vírus é transmitido da mãe para o bebê durante a gestação, o parto ou a amamentação. Em 2014, foram registrados 23 casos desse tipo no município. Neste ano, o número caiu para apenas dois. A Secretaria Municipal de Saúde reforça a importância da testagem regular, do uso de preservativos e do acesso à profilaxia pré e pós-exposição (PrEP e PEP), estratégias consideradas fundamentais para manter a tendência de queda nos novos casos. "O dado mais importante é que o HIV tem tratamento . 45 mil pessoas fazem o tratamento na rede municipal de saúde todos os meses e , dos pacientes que tomam o antietriviral, 93% ja tem carga viral indetectável ou seja : eles não transmitem a doença e não tem repercussão da doença no próprio organismo", diz o secretário Daniel Soranz. Anos 1990 marcaram pico de mortes por Aids no Rio A década de 1990 concentrou o maior número de mortes por aids no Rio de Janeiro, período em que o tratamento ainda era limitado e o diagnóstico, muitas vezes, tardio. Naquela época, o cantor e compositor Cazuza se tornou um dos principais símbolos da luta contra o HIV no Brasil, ao tornar pública a doença e enfrentar o estigma associado ao vírus. Internado há cerca de 40 anos no Hospital São Lucas, em Copacabana, Cazuza compôs a canção “Codinome Beija-Flor” após observar um beija-flor da janela do quarto. Hoje, o local abriga um monumento em homenagem ao artista. “Esse é um monumento à esperança. Foi aqui que Cazuza esteve internado para tratar os sintomas do HIV e, ao observar um beija-flor, compôs uma das músicas mais emblemáticas da música brasileira”, afirma Chico Regueira, responsável pela iniciativa. Segundo especialistas, o cenário mudou radicalmente desde então. Para a diretora-geral do Hospital São Lucas, Vanessa Queiroz, o HIV deixou de ser uma sentença de morte e passou a ser tratado como uma condição crônica. “O HIV se tornou uma doença crônica, e é muito importante falar disso. O principal ponto hoje é a prevenção. Conseguimos tirar aquele estigma da década de 80. Atualmente, os pacientes conseguem seguir corretamente o tratamento e viver com qualidade de vida”, explica. Tratamento e prevenção disponíveis pelo SUS O tratamento para o HIV é oferecido gratuitamente pelo SUS, assim como testes rápidos, autotestes e orientação especializada. No Complexo Rocha Maia, em Botafogo, há uma sala para atendimento que funciona todos os dias para ampliar o acesso da população. “Qualquer pessoa pode procurar o serviço. Se houve uma situação de risco, como relação sem camisinha ou rompimento do preservativo, é possível iniciar a PEP em até 72 horas, que é a profilaxia pós-exposição”, explica o enfermeiro Marcos Araújo.